sábado, 6 de fevereiro de 2010

E agora, vem o quê?

Hoje é dia quente com asfalto em brasa, ar pesado de se respirar, acompanhada de uma longeva idéia não realizada na mente. É uma mistura de teimosia e persistência. Hoje também faz quase um ano desde o primeiro olá, do primeiro sorriso, do primeiro real interesse, talvez.

Foram mais de 300 dias de efervescência emocional, de uma inquietação interna e de constante reavaliação sobre mim, sobre o que sinto (novamente). Hoje, também, foi dia de uma maior injeção de realidade dando conta de que quero e preciso mudar, deixar de somente existir e começar a viver mais. De não mais estar imerso em solidão, não mais estar enclausurado no pensamento.

“Nenhum Homem é Uma Ilha” já disseram, mas certamente ao terem dito é porque assim alguém se sentiu, do contrário não faria sentido a expressão. E é assim que estive por vezes.
A vontade de mudar vem quando se depara com algo, ou especificamente alguém, que nos dá sentido. Passados esses mais de 300 dias e noites eu encontro as forças e inspirações para a mudança. Mas em paralelo, o fator da limitação que consegue ser tão grande e contrária àquela inspiração.

O problema de escrever isso é que soa como algo que alguém tem de dizer, acabando por não soar como algo em que realmente quer se falar. Talvez, o que determine a diferença seja a definição de um artista italiano chamado Carlotti. “O somatório de todas as partes a trabalharem em conjunto de tal forma que nada necessite ser acrescentado, retirado ou alterado…e isso és tu, és linda.” É nisso que penso ao vê-la jogar os cabelos, o balançar do quadril, os olhos expressivos e aqueles lábios provocantes.

Não seria só carnal, não se resumiria somente a pele, relação bicho homem-mulher, mordidas, estocadas e gemidos como sempre se resumiram o entra e sai de mulheres em minha vida. Gosto de pensar que haveria muito mais além disso.

Muito do que fiz até agora como ver o pôr-do-sol, ouvir aquela música que define a mim, fazer algo de significativo ou presenciar algo grandioso se reduz quando não há como compartilhar
desta experiência com aquela mesma dona do sorriso, e bondade, que emergem o melhor de mim. Ela não o faz por não poder, por jurar comprometimento a outro.

Mas não está somente em meu poder tornar real a mudança, e para Deus eu rezo para a solução mais satisfatória que pode haver. Eu tenho certeza mesmo é de que há algumas coisas no porão, como diria Rocky Balboa, e está na hora de lidar com elas.

É como na canção Electric Storm: “You're in my mind all of the time, I know that's not enough. If the sky can crack there must be someway back for love and only love…”

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